domingo, 17 de maio de 2009

O precursor dos vampiros modernos

A lenda dos vampiros surgiu há incontáveis tempos no Leste europeu e no antigo Oriente Próximo, na mitologia da Suméria e Mesopotâmia, sendo o vampiro um monstro mais terrível do que o cavalheiro aristocrático pelo qual hoje em dia ele costuma ser retratado. O principal responsável pela transformação foi o matemático irlandês Abraham Stoker, mais conhecido como "Bram Stoker", na sua obra-prima Drácula, lançada em 1897.
Inspirou-se na figura do voivode (príncipe) Vlad Tepes, que nasceu em 1431 e governou o território que corresponde à actual Roménia. Nessa época, a Roménia estava dividida entre o mundo cristão e o mundo muçulmano. Vlad III ficou conhecido pela perversidade com que tratava os seus inimigos. Embora não fosse um vampiro, a sua crueldade alimentava o imaginário de tal modo que logo passou para o conhecimento popular como um vampiro.
O pai de Vlad, Vlad II, era membro de uma sociedade cristã romana chamada Ordem do Dragão, criada por nobres da região para defender o território da invasão dos turcos otomanos. Por isso Vlad II era chamado de Dracul (dragão), e, por consequência, o seu filho passou a ser chamado Draculea (filho do dragão) - a terminação “ea” significa filho. A palavra “dracul”, entretanto, possuía um segundo significado (“diabo”) que foi aplicado aos membros da família Draculea pelos seus inimigos e possivelmente também por camponeses supersticiosos.
Tendo como base o conde, Bram Stoker construiu um dos personagens mais lembrados da literatura mundial. A figura mítica do vampiro idealizado por Stoker foi de tal modo aceite e aperfeiçoada, que a sua influência em romances, filmes e banda desenhada ultrapassou a leitura do próprio original, gerando várias releituras — vejam as obras de Anne Rice, séries como Angel, os filmes, e até mesmo as excelentes HQs baseadas em ideias presentes no original, não se prendendo totalmente a ele, mas renovando-o e melhorando-o.
E a sede do público é tão insaciável que a cada dia surgem novas histórias, que fazem sempre um estrondoso sucesso. Crepúsculo é só o exemplo mais recente. O vampiro é uma figura já tão presente nas nossas vidas que já nem sequer assusta. Pelo contrário. Gostaríamos de ser como eles. A sua beleza, a sua força, a sua tragicidade. Talvez porque com a crescente falta de fantasia dos dias de hoje seja uma forma de fugir dos problemas e da vida complicada…
by Murilo Andrade
Fonte: Amálgama

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