quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Entrevista a Michael Sheen

Aos 12 anos, Michael Sheen era uma estrela de futebol em crescimento. O actor recebeu uma vaga num dos maiores clubes britânicos, o Arsenal, mas decidiu seguir o caminho do teatro e da representação. Nós não podemos dizer que nos arrependemos da decisão dele, depois da sua performace em Frost/Nixon, The Queen, e a franquia de ficção científica/fanstasia Underworld.

No seu filme mais recente, The Damned United, ele interpreta o enorme treinador de futebol Brian Clough — e usou um pouco da sua própria experiencia para retratar a geniosidade de Clough em transformar clubes afundados em grandes competidores. Nesta entrevista exclusiva, o viciado em Twitter fala sobre o seu papel em United, e nos próximos projectos New Moon, Tron Legacy e Alice in Wonderland.

O futebol foi uma grande parte da sua vida quando era mais jovem.
Sheen: É tudo o que eu sempre quis — ser um jogador de futebol profissional, [mas] eu vivia numa cidade pequena em Wales. Isso significa que toda a gente —a minha mãe e o meu pai — evitavam de todas as formas a idéia de ir para Londres, a cidade grande. Aquilo nunca iria acontecer… e em pouco tempo, eu estava na representação. Esse filme foi uma forma de poder fazer os dois.


Até quando jogou?
Sheen: Eu joguei a sério até aos 18 anos. Quando fui para a escola de teatro, eu era capitão do clube de futebol RADA, que jogava nas partidas mais violentas, agrssivas que eu sempre joguei porque o clube era cheio de actores que queriam provar que não eram maricas; todos queriam provar que eram homens. Então os jogos de futebol entre diferentes escolas de teatro eram ridículos. Era dessa forma no filme, onde todos estavam sendo atirados com sangue por todos os lados.

Clough tornou-se consumido pela sua rivalidade com o treinador do Leeds, Don Revie, ainda que a publicidade mantivesse uma personalidade magnética. Quais foram os desafios em retratá-lo?
Sheen: Ele era um grande manipulador dos media. Ele seria realmente ultrajante e o jornalista o amaria. Eu sempre acho que, de alguma maneira, a coisa mais desafiante em interpretar um personagem não é interpretar o quão diferente ele é de ti mesmo, mas o quão parecido ele é contigo– por exemplo, com Clough, a sua arrogância, o seu modo ego-maníaco de controlar, e a sua raiva. É assustador interpretar as qualidades de alguém como Clough… na verdade ser elas, ter aquelas qualidades quando eu estou interpretando-o.

Como descreveria a parceria que Clough teve com o seu assistente Peter Taylor (Timothy Spall)?
Sheen: É tão complexo quanto o casamento. Eles precisam e dependem um do outro para dar certo. Em qualquer parceria eu acho que há sempre uma suspeita secreta, como, “O que seria se vocês não fossem parceiros? Ainda seria um sucesso?” Eles têm uma intimidade que é meio além do que dois homens teriam noutros caminhos da vida, talvez porque eles não são simplesmente psicologicamente ou emocionalmente próximos, eles são fisicamente próximos também.



Qual é mais difícil de retratar? – uma pessoa real ou um personagem fictícia como Aro em New Moon?
Sheen: Eu diria que eles são todos difíceis. Eu estou sempre ciente de que eles são, amplamente dizendo, duas formas diferentes de actuar: tem actuar, e então tem ser, e eu estou sempre mais interessado nisso. Eu estou a interpretar uma pessoa real, já se tem uma estrutura montada e uma estrutura pra ti que vais montar, e as duas tem o lado bom e o mau. Tanto como um personagem como Lucian ou Aro, eu posso ir aonde eu quiser.

Eu ouvi que ainda usa transportes públicos. Nada de ataques públicos?
Sheen: Eu acho que quando estou no metro em Londres, e depois no autocarro, eu acho que as pessoas pensam, “É ele? Não, não pode ser. Isto é um autocarro.” Então eu acho que até pode ser uma forma de sair disso um pouco. Quando eu vejo a minha cara em outdoors, eu penso nisso como outra pessoa, de alguma forma. Eu vejo isso mais como um personagem do que como eu mesmo. Eu não posso igualar a pessoa lá comigo.

Como se tornou mais e mais reconhecido, acha mais difícil perder-se nos seus papéis?
Sheen: Eu acho que é difícil para pessoas como Tom Cruise, que nunca pode realmente fugir de ser o Tom Cruise em alguma coisa. As pessoas sabem tanto sobre a sua vida. De qualquer forma, o que me atraiu, em grande parte, para representar é que as pessoas não me vêem, elas vêem o personagem. Eles simplesmente aceitam-me como aquilo. Mas eu acho que se está a tornar progressivamente mais difícil agora.

O que passou pela sua cabeça quando descobriu que foi nomeado para um Scream Award e que está contra a sua co-estrela Robert Pattinson?
Sheen: Lobisomem versus vampiro! Eu fiquei excitado! Eu nunca pensei que seria nomeado para um prémio pelo meu trabalho em Underworld, e será muito divertido estar lá. Eu não posso dizer que sinto como se tivesse muitas hipóteses de ganhar, mas é fantástico fazer parte de tudo isso. Eu sou uma grande fã de ficção científica e fantasia – não tanto de horror, porque eu fico um pouco assustado.

O que nos pode dizer sobre Tron?
Sheen: Eu dirijo um clube noturno – que é basicamente tudo o que eu estou autorizado a dizer sobre isso. Eu certamente pareço diferente por causa do elemento fantasioso disso.

Como descreveria a versão do Coelho Branco para o Alice in Wonderland de Tim Burton?
Sheen: É um personagem muito famoso. Eu não senti que devesse quebrar muito disso. Quando eu imagino o Coelho Branco, eu imagino alguém que é meio tímido, nervoso e ansioso. Eu sempre pensei que ouviria um pouco de [Tony] Blair. Tim pensou que funcionaria parar o Coelho Branco, eu acho. (Risos)



Teve alguma preocupação em relação a juntar-se à saga Twilight vindo da franquia Underworld?
Sheen: Eu estava preocupado se os fãs de Twilight ficariam assim, “Ele é o tipo que fazia de lobisomem. Não podemos tê-lo como vampiro,” mas eles não foram assim. Eu adorei o personagem. Apenas aproveitei o tipo de oportunidade, de estar e ser parte disso, e agora estou muito satisfeito em ter toda uma geração de pessoas para assustar. (Risos)

Tem muitas conversas com seus seguidores no Twitter. Como arranja tempo para tweetar tanto?
Sheen: Eu vou aos bocadinhos. O que eu mais gosto é que se eu vi alguma coisa ou li alguma coisa que gostei, irei recomendar aquilo para as pessoas e ouvir as suas recomendações. E quando as pessoas têm interesses em comum, poder apenas conversas um pouco – é óptimo. Eu adoro isso.

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